Desta vez, foi capturada uma fêmea de 90 Kg, com a técnica de laço, que consiste em camuflar no chão um sistema que faz com que a onça pise e seja presa pela pata. Gisele - como foi chamada - recebeu um colar de GPS via satélite, que envia os sinais através da internet e permite que o professor monitore os passos do animal de seu computador, em Tubarão. O colar GPS permanece na onça por um ano e meio, tempo em que os técnicos do projeto traçam o mapa da onça-pintada, a fim de saber quais são os lugares que ela mais utiliza.
Joares May (à esquerda) na equipe do Onçafari, em captura no último dia 4/6 no Pantanal do MS |
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Amostras de sangue e carrapatos foram coletadas do animal. O sangue foi encaminhado aos diferentes laboratórios associados ao projeto: as amostras estão estocadas no banco genômico do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap-ICMBio) em Atibaia, na Universidade de São Paulo (USP) e na Unisul de Tubarão. Os resultados servem tanto para pesquisa básica das onças, quanto para acompanhar o processo de habituação dos animais ao turismo.
Uma novidade usada nesta campanha foi um protótipo desenvolvido pelo professor e o técnico em metalurgia do SENAI Gionvani João. A ferramenta é uma seringa acoplada em um bastão de alumínio, que permite a aplicação de drogas anestésicas de uma distância segura. O primeiro tranquilizante é sempre aplicado com o uso de armas anestésicas, mas as complementações são feitas com o bastão.
ONÇAFARI
" O projeto Onçafari tem o intuito de transformar a onça-pintada em um símbolo de status para as fazendas do Pantanal, e que possam utilizar esta presença como um atrativo aos turistas no incremento da atividade. A onça tem maior valor viva que morta. O ecoturismo pode ser uma solução viável de manter o Pantanal com suas características e permitir que a onça conviva de forma pacífica com os proprietários de fazendas de gado e hotéis fazenda.
Esta forma inovadora de trabalhar com pesquisa científica básica, com o ecoturismo visa ir além do que já foi feito. Na África com leões e leopardos ou na Índia com tigres, o foco dos projetos sempre foi o ecoturismo, muitas vezes com trabalho somente de guias regionais. Este projeto, trás a experiência de guias especializados africanos associados a pesquisadores da vanguarda do trabalho com onça-pintada no Brasil. Os resultados são promissores e até o momento não constatamos nenhuma ameaça por parasitas ou doenças à população estudada". - Joares May Júnior - DVM, Wildlife Veterinarian - CRMV-SP 12155
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